O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou hoje que o restabelecimento das linhas de crédito nos níveis anteriores a setembro do ano passado, quando teve início a fase mais turbulenta da crise financeira internacional, deve ocorrer em breve. Segundo Bernardo, a oferta de crédito no Brasil está num nível anterior a setembro, quando era bastante abundante.

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“Estamos em um bom nível de crédito, mas ainda tem muita gente que se ressente. Ainda tem um aperto por conta de problemas de taxas de juros (altas) e de burocracia”, afirmou Bernardo ao participar do programa “Bom dia, ministro”, transmitido pela Radiobrás.

Ele voltou a enfatizar que a atual crise é diferente das que aconteceram em décadas passadas. “Os países emergentes não ajudaram a criar a crise. Pelo contrário, seremos parte da solução. A China, o Brasil e a Índia têm condição melhor que a média dos países desenvolvimento”, disse.

Outra diferença entre a crise atual e as passadas, segundo o ministro, é que o governo, nas crises anteriores, quebrava e tinha de pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial. “É diferente também porque não fizemos aumento de impostos e cortes enormes de gastos. Antes, tinha de fazer tantos cortes que o governo parava de funcionar”, afirmou.

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Bernardo lembrou que, além disso, o Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), vinculado à Presidência da República, constatou que diminuiu em março deste ano, em relação a outubro do ano passado, o número de pessoas que vivem na extrema pobreza. “As pessoas mais pobres não estão pagando pela crise”, disse o ministro.