O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que começa a acreditar que o Banco Central tem razão ao prever para 2010 um crescimento na economia brasileira de 5,8%. O ministro disse que o BC costuma ser conservador em suas previsões, mas lembra que a autoridade monetária tem uma equipe com modelo de simulação que tem funcionado muito bem. A previsão de alta de 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje pelo BC.

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Segundo o ministro, além da previsão do BC, analistas da iniciativa privada também tem estimado um crescimento da economia acima de 5% para o próximo ano. “Já vi gente falando até em 6,1%. Acho que o BC tem grandes chances de acertar. Ou seja, vamos ter aí um espetáculo do crescimento para 2010”, afirmou. Ao ser questionado se isso significaria um aumento de juros, Bernardo disse que muita gente especula com esse assunto. “Mas todo mundo sabe que isso é um chute. O pessoal está supondo por antecipação que vai haver inflação maior. Mas todas as previsões que nós temos de inflação, para 2010, mostram que isso não vai acontecer”, afirmou.

Segundo o ministro, provavelmente a inflação de 2010 ficará na meta de 4,5% ou talvez um pouco abaixo. “Então temos que ter muita tranquilidade. Esse pessoal que fica apostando não está apostando desinteressadamente. Tem muita gente que tem interesse de fomentar esse tipo de comentário para acabar ganhando no mercado financeiro”, afirmou. Segundo o ministro, o Banco Central vai ser duro no combate à inflação e se tiver que tomar alguma medida, vai tomar. “Mas não vai tomar medida porque tem um corneteiro do mercado financeiro falando que vai acontecer isso ou aquilo”, ressaltou.

Arrecadação

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Paulo Bernardo disse que apesar da melhora da arrecadação em novembro, de R$ 72,09 bilhões, o ano de 2010 ainda exigirá muito trabalho do governo. Segundo ele, a arrecadação melhorou agora, no fim do ano, mas 2009 “foi muito apertado”. “Estamos encerrando ali, com a raspa do tacho”, afirmou.

Segundo o ministro, a expectativa do governo para o próximo ano é de que haverá uma melhora da receita, em consequência do crescimento da economia. “Isso, entretanto, não vai dar para nós um cenário folgado. Vamos ter que trabalhar duro, até porque o superávit fiscal, no ano que vem, tem uma meta maior”, disse. Ele lembrou, também, que a negociação em torno do orçamento para 2010 foi “bem ajustada”. “Não vamos ter folga em 2010”, disse.

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