O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, disse hoje que a instituição segue “resolutamente comprometida” em manter a estabilidade dos preços em meio à recuperação econômica desigual que deve se fortalecer em 2011. Em seu primeiro pronunciamento no Congresso este ano, Bernanke disse que espera que o ritmo da recuperação melhore nos próximos 12 meses, impulsionado em parte pelo aumento nos gastos dos consumidores e das empresas. Segundo ele, há sinais de recuperação sustentada nestas áreas.
Mesmo assim, ele alertou que os níveis elevados do desemprego devem continuar pesando sobre a economia em 2011. “Neste ritmo de melhora, poderá levar quatro a cinco anos para que o mercado de trabalho se normalize totalmente”, afirmou Bernanke, em texto para ser apresentado ao Comitê de Orçamento do Senado.
A situação incerta no mercado de trabalho foi colocada em destaque hoje. Dados do Departamento do Trabalho do país mostraram que a economia norte-americana criou menos empregos do que se esperava em dezembro, embora a taxa de desemprego tenha caído a 9,4%, o menor nível em 19 meses. Bernanke afirmou que o Fed está usando todas as alavancas disponíveis para lidar com os níveis de preços e desemprego, mas exortou os congressistas a também darem passos para sustentar a atual recuperação.
No curto prazo, ele disse que é preciso estar alerta sobre “a natureza ainda frágil da recuperação econômica” e medidas que possam barrar o nascente crescimento. No longo prazo, no entanto, ele disse que as autoridades norte-americanas não podem ignorar os elevados déficits dos EUA e seus efeitos negativos sobre a economia no futuro.
“Quanto mais esperarmos para agir, maiores os riscos e mais dolorosa será a inevitável mudança no orçamento”, disse Bernanke. Ele pediu que os congressistas adotem algum plano para reduzir os déficits no futuro. Segundo ele, isso poderá render “benefícios substanciais no curto prazo em termos de taxas de juros de longo prazo mais baixos e aumento na confiança dos consumidores e das empresas”. As informações são da Dow Jones.