O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, defendeu hoje a forma como o banco central dos EUA enfrentou a crise econômica, e disse aos senadores norte-americanos que o Fed deve continuar eficaz e independente. Em texto preparado para a audiência de confirmação perante o Comitê Bancário do Senado, Bernanke disse que a crise financeira poderia ter sido muito pior sem uma ação forte da autoridade monetária. “Tomadas juntas, as ações do Federal Reserve contribuíram substancialmente para a melhoria significativa das condições financeiras e para o que agora parece ser o início de uma recuperação tanto dos EUA quanto das economias estrangeiras”, disse Bernanke.

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Embora a economia dos EUA esteja se recuperando e os mercados financeiros estejam se estabilizando, Bernanke alertou que a taxa de desemprego deverá continuar elevada por algum tempo. Bernanke quer um segundo mandato de quatro anos na presidência do Fed. Seu primeiro mandato expira oficialmente em 31 de janeiro de 2010. Ele foi nomeado para um segundo mandato pelo presidente dos EUA, Barack Obama, em agosto.

Desde o final de 2007, o Fed, sob o comando de Bernanke, usou de medidas extraordinárias para evitar uma nova Grande Depressão, incluindo a ajuda para companhias financeiras. As duas Casas do Congresso têm projetos para reduzir os poderes do Fed, incluindo a auditagem de suas decisões sobre a taxa de juros, o enfraquecimento dos poderes sobre os bancos e a redução do papel de membros do setor bancário privado nos 12 bancos regionais do Fed.

Estímulo

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Bernanke disse que o Fed precisa ficar pronto para retirar os imensos estímulos adotados para conter a recessão quando for o momento. Ele se declarou confiante em que o banco central tem as ferramentas certas para fazê-lo. O presidente do Fed disse que “determinar o momento e o ritmo adequado para a retirada de estímulo vai exigir uma análise e um julgamento cuidadosos.”

Bernanke disse que a estrutura de 12 bancos regionais foi de grande ajuda na crise. Ele lembrou como o Congresso em 1978 decidiu isentar o banco central de uma auditoria em suas decisões sobre juro para evitar pressões políticas. No mês passado, o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara aprovou uma cláusula apresentada pelo deputado republicano Ron Paul que sujeitaria as decisões sobre juros do Fed ao escrutínio de uma auditoria ampla do Escritório de Contabilidade do Governo, um braço do Congresso.

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O presidente do Comitê Bancário do Senado, o democrata Christopher Dodd, propôs novas normas que tirariam do Fed seus poderes de supervisão sobre os bancos. Bernanke disse que o Fed vem tentando aprender com as lições da crise ao melhorar sua supervisão. Ele acrescentou que, se confirmado para um segundo mandato, trabalhará de perto com o Congresso para aprimorar a supervisão.

“Seria uma tragédia se, depois de todos os transtornos que os americanos enfrentaram durante os dois últimos anos, nossa nação falhasse em dar os passos necessários para evitar uma nova crise”, disse Bernanke. “E, ao seguirmos adiante, precisamos cuidar para que o Fed continue efetivo e independente”. As informações são da Dow Jones.