Um grupo de índios, pescadores e ambientalistas invadiu na noite de ontem um dos canteiros de obras da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), e obrigou a paralisação das atividades no local.
De acordo com a Norte Energia, empresa responsável pela futura usina, os manifestantes tomaram dois veículos e chegaram a manter como reféns alguns operários, já liberados.
Segundo o Movimento Xingu Vivo, participam desse protesto índios das etnias arara, juruna, assurini, xipaia, kuruaia e parakanã.
O movimento diz que os manifestantes protestam contra o descumprimento de condicionantes (ações que a empresa é obrigada a cumprir para evitar ou compensar impactos) e se dizem insatisfeitos sobre o projeto de transporte das embarcações no trecho em que o rio Xingu terá a vazão reduzida.
Está em fase de construção uma ensecadeira (barragem provisória) para barrar o rio Xingu, por isso é necessário um sistema para transportar as embarcações no trecho seco. Essa parte da obra, porém, foi interrompida com a ocupação.
As obras estão paradas no sítio Pimental. Outros canteiros continuam em atividade.
A Norte Energia anunciou que entrará na Justiça com ação de reintegração de posse para pedir a saída dos manifestantes. A empresa diz ainda não ter recebido nenhuma pauta de reivindicações.
Alvo frequente de protestos, a hidrelétrica está prevista para ser concluída em 2019, quando será a terceira maior do mundo.
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