O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, entende que efeitos positivos predominam em um contexto de política monetária acomodatícia, sobretudo quando considerados os impactos dos juros baixos sobre a taxa de câmbio. “Com a moeda depreciada, a resposta das exportações é mais forte”, destacou.
Lane ponderou que a cotação do euro não é uma meta da política monetária, apesar de reconhecer que os impactos de cortes de juros na taxa de câmbio se intensificaram ao longo do tempo. “Especialmente desde que a taxa de depósito entrou em território negativo, em 2014”, disse, em palestra. “A reação da taxa de câmbio aos choques da política monetária se torna mais forte quando as taxas de juros são mais baixas”.
O dirigente do BC da zona do euro também teceu comentários sobre o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) da instituição, retomado no início de novembro. Para ele, as medidas do pacote anunciado impactaram na cotação do euro, com efeitos comparáveis aos de instrumentos de política monetária tradicionais.
“Um aumento de 1% no balanço do BCE em relação ao do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) leva a uma valorização do euro em relação ao dólar na ordem de 0,35%”, defendeu Lane. “A flexibilização da política monetária do BCE reverbera globalmente, estimulando empréstimos denominados em euros fora da área do euro”, completou.