O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou hoje que a inflação deverá ficar em cerca de 1% no curto prazo e permanecer moderada. Nas projeções macroeconômicas do BCE para a zona do euro (que reúne os 16 países que adotam o euro como moeda), o índice de preços ao consumidor (CPI) da região ficará entre 0,8% e 1,6% neste ano e entre 0,9% e 2,1% em 2011.
Trichet enfatizou que as expectativas para a inflação no médio e no longo prazo seguem de acordo com a intenção do conselho de governo de manter a taxa de inflação baixa, mas perto de 2% no médio prazo.
O presidente do BCE disse ainda que o Conselho de Governadores espera um crescimento moderado na zona do euro em 2010, em um ambiente marcado por contínuas incertezas. “Indicadores econômicos disponíveis sugerem que a recuperação econômica na zona do euro está em andamento, embora deva seguir irregular”, afirmou.
Para o primeiro trimestre, Trichet destacou a presença de vários fatores especiais que justificam desequilíbrios no desempenho econômico, como as condições climáticas severas em partes da zona do euro durante o período. Trichet informou ainda que as projeções da instituição para a zona do euro são de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real entre 0,4% e 1,2% em 2010 e entre 0,5% e 2,5% em 2011.
Liquidez
Trichet também aliviou a preocupação dos investidores sobre um possível aperto nas condições de liquidez durante o verão, observando que continuará oferecendo aos bancos a liquidez necessária durante as operações de refinanciamento. O sistema bancário na zona do euro continuará obtendo liquidez “em condições muito favoráveis”, disse.
Segundo ele, o Conselho de Governadores discutiu na reunião de política monetária de hoje como proceder durante a retirada das medidas especiais de liquidez. Foi decidida a manutenção da operação semanal de refinanciamento a taxas fixas, atendendo o total da demanda pelo período que for necessário ou pelo menos até 12 de outubro.
O anúncio deve acalmar investidores preocupados com a possibilidade de faltar recursos no mercado de dinheiro no início do verão no Hemisfério Norte, quando vencem cerca de 442 bilhões de euros em fundos tomados para 12 meses. As informações são da Dow Jones.