O ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, afirmou nesta quarta-feira que o Banco Central Europeu (BCE) não pode ser apontado como culpado pela fraqueza econômica da zona do euro. Segundo ele, os governos precisam fazer mais para estimular suas economias.

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“O cerne dos problemas econômicos e políticos da Europa desde 2008 é a falta de crescimento econômico”, disse Gabriel em entrevista coletiva. “As decisões do banco central são, pelo menos para nosso país, muito problemáticas. Mas elas não são a causa do problema.”

A autoridade disse que a fraqueza econômica deriva do fato de que “a Europa não cresce desde 2008, não faz nada ou o suficiente por sua competitividade e há 25 milhões de desempregados”. Segundo ele, o BCE exauriu todos seus instrumentos de política e cabe agora a cada governo estimular o crescimento.

“O principal problema é o investimento, a demanda doméstica e o nível de crescimento muito baixos na Europa”, disse Gabriel. “Isso é um resultado de uma política de austeridade muito pura e de muito longa duração. A Europa não sairá da crise se o único instrumento é imprimir dinheiro.”

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As declarações inusualmente fortes ocorrem em meio a um debate impulsionado pelo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que neste mês criticou o BCE pela sua política relaxada, ao dizer que ela é mais uma causa que uma solução para o problema. Diferentemente de Gabriel, Schäuble se opõe aos programas de estímulo e insiste que a austeridade é necessária para atingir finanças públicas sustentáveis e acabar com a crise da dívida na zona do euro.

Os dois ministros temem que a atual política do BCE possa servir de combustível para populistas, em meio aos temores dos poupadores alemães de que possam perder suas economias para a aposentadoria, diante dos níveis muito baixos dos juros. Fonte: Dow Jones Newswires.

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