O Banco Central Europeu está monitorando de perto a queda da inflação da zona do euro nos últimos meses e não irá ignorar a sua função de manter a inflação próxima a 2% no médio prazo, disse o vice-presidente do BCE, Vitor Constâncio.
“É uma queda muito rápida da inflação, certamente, muito mais rápida do que estávamos prevendo”, disse Constâncio, ressaltando que a queda da taxa de inflação medida pelo índice harmonizado de preços ao consumidor para 1,2% em abril “veio como uma surpresa”.
Constâncio destacou o mandato de manter a inflação perto mas abaixo de 2% do BCE. “Esse é o nosso mandato, que é o nosso objetivo e certamente não vamos ignorá-lo.”
“A velocidade da queda da taxa de inflação é algo que estamos monitorando muito de perto agora”, acrescentou ele, lembrando que a estimativa preliminar da inflação da zona do euro para maio será divulgada nesta sexta-feira, 31.
Constâncio disse também que o BCE continua a avaliar os “prós e contras” da introdução de uma taxa negativa de depósito, sublinhando que “nenhuma decisão foi tomada”. Ele acrescentou que o BCE está pronto “logisticamente”, mas também observou que os bancos “precisariam ter um aviso prévio para se prepararem” se tal ação for tomada.
Constâncio destacou os riscos potenciais de conduzir taxas negativas, destacando a experiência da Dinamarca, onde os bancos, por um tempo, “de fato, aumentaram suas taxas sobre empréstimos para compensar o efeito de ter de pagar o banco central”, observou.
Constâncio minimizou a importância de qualquer intervenção do BCE no mercado de títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês) a fim de reanimar os empréstimos às pequenas e médias empresas. Embora seja “uma possibilidade, certamente é uma opção”, ele sugeriu que teria pouco efeito global.
“O mercado de ABS para as PME é realmente uma coisa muito pequena. Realmente muito pequena. Então não vamos nos exceder nesta questão, como tem sido o caso”, disse Constâncio. As informações são da Market News International.