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BCE ainda não deu primeiro passo para retirar estímulos, diz dirigente belga

O Banco Central Europeu (BCE) não sinalizou mudanças iminentes à sua estratégia na reunião de política monetária da última quinta-feira, uma vez que a instituição concluiu que a perspectiva da inflação não melhorou muito desde dezembro, segundo o presidente do BC da Bélgica, Jan Smets.

O comentário de Smets, que também integra o conselho diretor do BCE, sugere que a autoridade monetária da zona do euro pode estar mais distante de começar a retirar seus enormes estímulos monetários do que os investidores preveem.

Se esse for de fato o caso, aumentará ainda mais a divergência de rumos dos dois principais bancos centrais do mundo, uma vez que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) se prepara para voltar a elevar juros, possivelmente na reunião de política monetária desta semana. Autoridades do Fed têm sinalizado que os juros poderão subir de forma mais agressiva este ano. Essa é uma situação que daria algum respaldo ao BCE se a instituição decidisse começar a reverter seus estímulos monetários.

Na semana passada, o euro e os juros de bônus soberanos europeus avançaram com força após o presidente do BCE, Mario Draghi, apontar melhoras na economia da zona do euro e dizer ser improvável que a instituição adote medidas de estímulo adicionais para sustentar o crescimento e a inflação.

Porém, em entrevista ao The Wall Street Journal, Smets negou que o BCE tenha tomado qualquer passo, por menor que seja, em direção à saída dos estímulos na quinta-feira.

Segundo Smets, o último comunicado do BCE “não sinaliza por si só uma mudança iminente na postura de política monetária”, mas “reflete uma simples avaliação de uma realidade um tanto alterada, não mais do que isso”.

A melhora na perspectiva econômica da zona do euro, incluindo um recente salto na inflação, levou alguns economistas e investidores a prever que o BCE estará em condições de, mais adiante neste ano, discutir a retirada de estímulos.

Havia expectativa de que o BCE mudasse o tom na quinta-feira após a inflação da região atingir 2% em fevereiro, ficando um pouco acima da meta da autoridade monetária. A economia da zona do euro, de 10 trilhões de euros (US$ 10,7 trilhões), é atualmente a que mais cresce entre todas as grandes economias avançadas, segundo o IHS Markit.

Smets destacou, contudo, que o BCE ainda não viu melhora significativa da inflação, além de um impulso temporário garantido por preços de energia mais altos.

“Não diria que a avaliação (de quinta-feira) foi muito diferente da que fizemos em dezembro”, notou Smets. “Ok, houve um aumento marginal nos números de inflação subjacente e a inflação principal subiu, mas precisamos olhar além do componente de energia, temos de olhar a perspectiva de médio prazo.” Fonte: Dow Jones Newswires.

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