Embora projete reajuste zero para a gasolina e o gás de cozinha este ano, o Banco Central afirma que não pode descartar a possibilidade de uma queda dos preços. Segundo a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na semana passada e divulgada nesta quinta-feira (19), não seria prudente descartar “por completo” essa possibilidade.
“Cabe assinalar, entretanto, que, independentemente do comportamento dos preços domésticos da gasolina, a redução dos preços internacionais do petróleo verificada desde o último semestre de 2008 pode eventualmente se transmitir à economia doméstica tanto por meio de cadeias produtivas, como a petroquímica, quanto pelo efeito potencial sobre as perspectivas de inflação.”
Já as projeções de reajuste de eletricidade em 2009 caíram de 8,1% para 7,6%, enquanto as projeções de reajuste de telefonia fixa para este ano permaneceram estáveis em 5%.
O Copom ressalta ainda que os preços das matérias-primas (commodities) agrícolas que têm impacto particularmente importante para a evolução dos custos alimentares, como trigo, soja e milho, registraram redução desde a última reunião do Copom, reagindo às perspectivas de redução da demanda e à acumulação de estoques.
Riscos
Embora a perda de dinamismo da demanda tenha reduzido as pressões, o Copom apontou, no documento, os riscos remanescentes para a inflação. De acordo com ata, esses riscos derivam da trajetória dos preços de ativos brasileiros em meio a um processo de estreitamento das fontes de financiamento externo e de mecanismos de reajuste que contribuem para prolongar ao longo do tempo pressões inflacionárias do passado.
O BC destaca que isso é evidenciado no comportamento dos preços dos serviços e de itens monitorados neste início do ano. “O balanço dessas influências sobre a trajetória prospectiva da inflação será fundamental na avaliação das diferentes possibilidades que se apresentam para a política monetária”, diz a ata.