O diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero de Moraes Meirelles, disse que os testes de estresse feitos para o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) mostram que a situação do sistema bancário é “bastante confortável”. Os testes foram feitos com choques no câmbio, juros, inflação, PIB, desemprego, prêmio de risco e juros americanos de 10 anos. A instituição simula condições extremas sobre a carteira de crédito e vê como a inadimplência se comporta. “O sistema teria provisões suficientes, sem medida adicional, para suportar perdas até abril/maio de 2015”, disse o diretor.
Câmbio
Questionado sobre a alta do dólar na manhã desta quinta-feira, 18, Meirelles disse primeiro que “a exposição líquida dos bancos brasileiros a câmbio é zero, praticamente nula”. Em seguida, porém, acrescentou: “Temos dito e repetido: o câmbio é flutuante e está dentro do cenário com que temos trabalhado no modelo econômico”.
BicBanco
Meirelles evitou comentar a denúncia apresentada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” sobre o BicBanco. Ele argumentou que, por regra, a instituição não comenta casos específicos do sistema financeiro. “É parte da rotina”, afirmou. A entrada de bancos no Brasil se dá de acordo com os projetos de investimento a cada caso, segundo o diretor. “Ou saem do zero ou adquirem alguma empresa em funcionamento”, lembrou. De qualquer forma, o BC analisa todos os casos.
Segundo o jornal, a Justiça Federal recebeu denúncia criminal contra nove executivos e dirigentes do BicBanco, acusados de gestão temerária, indução em erro de investidor e inserção de dado falso em demonstrativos contábeis – condutas previstas na Lei 7.492/86, que define os crimes contra o sistema financeiro. O criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que representa os executivos do BicBanco, já apresentou defesa à Justiça Federal, também conforme o periódico. “A denúncia está baseada em relatório do Banco Central que concluiu pela responsabilidade administrativa dos dirigentes do BicBanco, mas que os puniu com a leve pena de multa numa demonstração da falta de gravidade da conduta atribuída a esses então diretores”, argumenta Mariz de Oliveira.