O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou nesta sexta-feira, 29, que a tendência para o segundo semestre deste ano é de que os resultados fiscais registrados sejam piores que os vistos na primeira metade de 2015. De acordo com os dados divulgados hoje pelo BC, o resultado primário do setor público no primeiro semestre apontou déficit de R$ 23,776 bilhões (0,79% do PIB).
“Os resultados fiscais têm sazonalidade forte. Os resultados do primeiro semestre são sempre impactados por fatores favoráveis, como a arrecadação boa da Receita Federal em abril, em função do Imposto de Renda”, comentou Rocha, lembrando que fatores como estes estão ausentes na segunda metade do ano. “A tendência é de resultados primários negativos, de resultados piores no segundo semestre”, disse, reforçando que o déficit deve crescer até dezembro.
Rocha lembrou ainda que as estatísticas para o resultado primário em 12 meses seguem impactadas pelo pagamento das chamadas pedaladas fiscais do governo Dilma Rousseff, em observância a orientação do Tribunal de Contas da União (TCU). Como o pagamento de R$ 55 bilhões ocorreu no fim do ano passado, até o fim de 2016 isso continuará tendo efeito no acumulado de 12 meses.