O crédito para empresas continua em queda em um movimento de contração liderado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Apesar dessa trajetória, o chefe-adjunto do departamento econômico do Banco Central, Fernando Rocha, nota que há algumas operações para setores específicos que sinalizam alguma melhora.

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Em julho, a concessão média de novos empréstimos para empresas caiu 21,9% na comparação com junho nas linhas de crédito com recursos livres – sem destinação específica, como capital de giro – e recuou 35,5% nas operações direcionadas – como o financiamento para investimentos.

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Boa parte dessa tendência, avalia Rocha, é resultado da atuação mais restritiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. “O BNDES está em tendência de redução do crédito, o que afeta todo o crédito pessoa jurídica”, disse, ao comentar que o banco de fomento é conhecido por operações direcionadas, mas também atua no crédito livre ao oferecer operações como o capital de giro.

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Outro fator que explica a queda das concessões é o fim do calendário do crédito relacionado ao plano safra, que prevê liberação de recursos até o mês de junho.

Apesar dos dois fatores que jogam contra a oferta de crédito empresarial, o técnico do BC nota que muitas empresas reduziram o endividamento nos últimos meses – a chamada desalavancagem – e isso abre espaço para a tomada de crédito. Para Rocha, é possível ver o início da retomada da demanda em alguns setores empresariais.

Na pessoa física, o comportamento é completamente diferente. Apesar da queda de 1,2% nas concessões de financiamentos com livre destinação em julho, bancos têm oferecido cada vez mais crédito para esse segmento. No trimestre, os volumes concedidos cresceram 10,4% e no ano, 8,2%.

“Para a pessoa física, parece que essa queda é mais um ponto que a reversão da tendência. Nesse segmento, as concessões estão em tendência de crescimento há bastante tempo”, disse.