BC: setor público tem déficit de R$ 2,414 bi em novembro

O setor público registrou em novembro déficit nominal (conceito que, além das receitas e despesas, inclui os gastos com o pagamento de juros da dívida pública) de R$ 2,414 bilhões, de acordo com dados divulgados hoje pelo Banco Central. O governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) teve déficit nominal de R$ 2,272 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 1,177 bilhão, enquanto o conjunto das empresas estatais mostrou superávit nominal de R$ 1,035 bilhão. Esse resultado das estatais foi fortemente influenciado pelas empresas federais, que tiveram resultado positivo de R$ 748 milhões.

Em novembro do ano passado, o setor público tinha registrado déficit nominal de R$ 11,996 bilhões. No acumulado do ano até novembro, o setor público tem déficit nominal de R$ 90,680 bilhões, o equivalente a 3,17% do Produto Interno Bruto (PIB). Em igual período do ano passado, o déficit era de R$ 19,567 bilhões, ou 0,71% do PIB. Em 12 meses, o setor público acumula déficit nominal de R$ 128,353 bilhões, ou 4,14% do PIB. Nos 12 meses encerrados em outubro, o déficit nominal era de R$ 137,935 bilhões, ou 4,48% do PIB.

Superávit acumulado

Apesar do superávit primário (economia do governo para o pagamento dos juros da dívida pública) robusto das contas do setor público em novembro, o esforço fiscal em 12 meses está abaixo da meta fixada para o ano pelo governo federal. De acordo com dados do BC, o superávit em 12 meses até novembro está em R$ 43,581 bilhões, o equivalente a 1,41% do PIB. Mas a meta que o governo fixou para o ano é de 2,5% do PIB, que poderá ser reduzida para 1,56% do PIB, com o abatimento de todas as despesas do Programa Piloto de Investimentos (PPI, equivalente a 0,94% do PIB). Os números indicam que o governo terá dificuldade para o cumprimento da meta no último mês do ano.

Dívida e juros

A dívida líquida do setor público de novembro ficou em 43% do PIB, recuando em relação aos 43,4% do PIB verificados em outubro. Em termos nominais, a dívida líquida passou de R$ 1,331 trilhão em outubro para R$ 1,329 trilhão em novembro. O BC atribuiu a queda na dívida ao “superávit primário observado no mês e à variação do PIB valorizado pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna)”.

A dívida bruta do governo geral (que abrange governos federal, estaduais e municipais e exclui BC e empresas estatais) também caiu em novembro, atingindo 64,1% do PIB, ante 64,8% em outubro. Em termos nominais, a dívida bruta passou de R$ 1,984 trilhão para R$ 1,980 trilhão.

Já as despesas com os encargos de juros da dívida do setor público consolidado somaram R$ 15,125 bilhões em novembro. O valor é superior aos gastos de outubro, quando essas despesas somaram R$ 14,824 bilhões. Os encargos com juros também estão mais elevados que os verificados em novembro do ano passado, quando somaram R$ 10,875 bilhões.

No acumulado de janeiro a novembro de 2009, os encargos com juros somam R$ 154,922 bilhões, o equivalente a 5,42% do PIB. No mesmo período de 2008, os encargos com juros estavam em R$ 146,649 bilhões, o equivalente a 5,31% do PIB. Nos últimos 12 meses até novembro, as despesas com juros somam R$ 171,934 bilhões, ou 5,55% do PIB. As despesas maiores com juros e o superávit menor têm provocado um aumento do déficit nominal das contas públicas ao longo de 2009.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna