São Paulo – O dólar comercial rompeu o patamar dos R$ 3,60 e fechou ontem em queda de 3,39% cotado a R$ 3,555 na compra e R$ 3,560 na venda. A queda foi determinada principalmente pelo sucesso do Banco Central (BC) na rolagem de uma dívida de US$ 2,5 bilhões que vence amanhã. Foi a maior queda em um único dia desde 11 de outubro.
O BC, que na última sexta-feira surpreendeu o mercado ao renegociar 44,1% da dívida vincenda, ontem estendeu esse percentual para 83,8%. A rolagem foi feita por meio de dois leilões de contratos de swap cambial com vencimento entre 18 de dezembro deste ano e 1.º de abril do ano que vem. Na primeira oferta, o BC elevou a rolagem para 71,2% e na segunda, alcançou os 83,8%. As taxas pagas nos leilões ainda são consideradas bastante elevadas, mas mostram tendência de baixa. O contrato mais curto foi vendido na segunda oferta com taxa de 30,99% ao ano, além da variação cambial no período. Na última sexta-feira, esse mesmo vencimento saiu com taxa anual de 35%.
O mercado já iniciou o dia em clima de otimismo, à espera de um bom resultado nos leilões. Além disso, exportadores trouxeram recursos externos para o país e colaboraram para a tendência de queda. O volume de negócios, no entanto, foi considerado baixo. O otimismo dos investidores foi reforçado pelos títulos da dívida externa, que subiram com força, derrubando o risco-país.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), as taxas de juros futuras se ajustaram para baixo, à exceção do contrato de dezembro. O Depósito Interfinanceiro (DI) do próximo mês, que projeta os juros de novembro, ficou em 22,15% no último negócio, contra os 21% da taxa Selic vigente. Esse prêmio sobre a taxa atual reflete as apostas dos investidores em uma alta dos juros básicos da economia na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa hoje. O objetivo da elevação seria inibir a pressão inflacionária.
Bolsa
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em alta de 0,97% e 9.980 pontos. O movimento financeiro chegou a R$ 555 milhões.