economia

BC retira de comunicado frase em que vê como ‘adequada’ manutenção da Selic

Pela segunda reunião consecutiva, os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiram, por unanimidade, manter a Selic (os juros básicos da economia) em 6,50% ao ano. Com isso, a taxa manteve-se no nível mais baixo da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996. No comunicado, o BC retirou a indicação usada em maio que sinalizava juros estáveis no futuro. Na decisão anterior, o comunicado citava que “para as próximas reuniões, o Comitê vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente”. A frase não consta do comunicado divulgado nesta noite.

A decisão de hoje era largamente esperada pelos economistas do mercado financeiro. De um total de 49 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas projetavam manutenção da Selic em 6,50% ao ano. Parte dos economistas, no entanto, admitia que o cenário para a taxa básica estava mais incerto, em função da disparada do dólar ante o real nos últimos meses, da greve dos caminhoneiros iniciada no fim de maio e do próprio cenário internacional.

O BC argumentou que o juro estável “é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e, principalmente, de 2019”. Apesar do juro estável, o BC manteve a percepção de que a conjuntura econômica “prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”.

Ao tratar do futuro, o comunicado cita apenas que os próximos passos da política monetária “continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”. Não há menção, como visto em maio, de que o comitê entende como adequada “a manutenção da taxa de juros no patamar corrente”.

No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado – que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2018 de 3,6% para 4,2%. No caso de 2019, a expectativa foi de 3,9% para 3,7%.

No cenário de referência, em que o BC utilizou uma Selic fixa a 6,50% e um dólar a R$ 3,70 nos cálculos, a projeção para o IPCA em 2018 passou de 4,0% para 4,2%. No caso de 2019, o índice projetado foi de 4,0% para 4,1%. As projeções anteriores constaram na ata do encontro de maio do Copom.

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