Pela primeira vez, o Banco Central avisou que as elevações recentes de prêmios de riscos exigem que a política monetária se mantenha vigilante em caso de desvios significativos das projeções de inflação em relação à meta de 4,5%. O recado foi introduzido na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira, 10.
O BC retirou da ata avaliação de que o cenário de convergência do IPCA para o centro da meta em 2016 tem fortalecido, sinalizando uma piora da estratégia.
O BC afirma na ata que o movimento de alta dos prêmios tem se refletido nos preços dos ativos. A ata foi preparada antes da decisão da agência internacional de classificação de risco Standard & Poor’s de retirar Ona quarta-feira, 9, o grau de investimento do Brasil.
Os diretores do BC afirmam na ata que o cenário de convergência da inflação para 4,5% no final de 2016 tem se mantido. Mas o BC fala agora em “certa deterioração no balanço de riscos”. Em seguida, retirou a frase que falava em fortalecimento do cenário de convergência.
Para o Copom, no entanto, a política monetária está na direção correta. A avaliação, que constava na ata de julho e que foi mantida. “De um lado, os avanços alcançados no combate à inflação – a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo – mostram que a estratégia de política monetária está na direção correta”.
O BC na ata introduziu também a palavra “certos” para falar dos riscos remanescentes para que as projeções de inflação do Copom atinjam com “segurança” o objetivo de 4,5% no final de 2016. O BC também citou, pela primeira, a palavra segurança.
Segundo a ata, esses “certos” riscos são condizentes com o efeito defasado e cumulativo da ação de política monetária. ()