BC reitera cautela por incertezas externas e internas

O Banco Central voltou a atribuir a incertezas externas e internas a cautela com a qual deve ser administrada a política monetária brasileira, segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado na manhã desta quinta-feira. O trecho do documento repete o parágrafo mais importante da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 7,25% ao ano.

“O Copom avalia que a maior dispersão recentemente observada de aumentos de preços ao consumidor, pressões sazonais e pressões localizadas no segmento de transportes, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência”, trouxe o documento.

“Embora essa dinâmica desfavorável possa não representar um fenômeno temporário, mas uma eventual acomodação da inflação em patamar mais elevado, o Comitê pondera que incertezas remanescentes – de origem externa e interna – cercam o cenário prospectivo e recomendam que a política monetária deva ser administrada com cautela”, continuou o documento. Estas foram as justificativas do Copom para a manutenção da taxa básica de juros por unanimidade.

“O Copom ressalta que a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira, indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos.” Segundo o BC, essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários.

O Comitê enfatizou, também, que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. “Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda”, trouxe o documento. Nesse contexto, o comitê disse que irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária.

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