BC quer barateamento do custo de transações online dos bancos

O Banco Central quer ver a redução dos custos das transações como TED e DOC online para os clientes, de acordo com o Relatório de Vigilância do Sistema de Pagamentos Brasileiro, que contém as estatísticas de varejo e de cartões de 2014.

“São desafios a serem vencidos pelo mercado não só a oferta desse serviço em tempo real e ininterrupto, mas também o barateamento dessas transações, cujo modelo de negócios não é compatível com o custo atualmente cobrado pelos bancos para o envio de TED e de DOC”, cobram os técnicos do BC no documento divulgado nesta quinta-feira, 11.

O regulador informou que continua avaliando a oferta dessa modalidade de pagamentos de varejo e que tem buscado referência com seus pares de outros países, como o Banco da Inglaterra, o Banco Central Europeu e o Federal Reserve System (Fed), o banco central norte-americano.

De acordo com o relatório, o BC detectou em todos os contatos que há uma tendência de aumento da oferta desses serviços pelos participantes do mercado.

“Interessante notar que, apesar de inicialmente reticentes quanto a esse modelo, as instituições bancárias têm aderido a esses novos modelos, pela necessidade de competir com os novos arranjos, que, baseados em inovações tecnológicas, têm desafiado os produtos tradicionalmente ofertados pelos bancos”, diz o documento.

Meios eletrônicos

De 2011 a 2014, o uso de internet, celulares e outros meios eletrônicos para serviços financeiros mais do que dobrou. Segundo o relatório do Banco Central, a elevação da utilização desses canais no período foi de 131% contra alta de 21% de agências bancárias; de 28% dos caixas eletrônicos; e de queda de 12% de centrais de atendimento.

De acordo com o documento, a participação da telefonia móvel na iniciação de transações bancárias saltou de quase nula para 10% nos últimos cinco anos, tendo duplicado no último ano. As redes telefônicas e a internet foram os canais utilizados para iniciar metade das transações bancárias em 2014. Dentro de serviços de pagamentos, a telefonia móvel foi utilizada para iniciar 2% das transações em 2014 e a internet, 40%.

“Essa mudança favorece a utilização da tecnologia existente como um canal de acesso interoperável, por meio do qual as instituições financeiras e as instituições de pagamento podem iniciar suas transações”, avaliou o BC. Para o regulador, é preciso que a interação seja intensificada nos próximos anos.

De qualquer forma, o regulador ainda avaliou que, em termos de inclusão financeira, ainda é prematura a realização de qualquer análise da ampliação do uso de telefonia móvel decorrente da regulamentação acerca de arranjos e instituições de pagamento.

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