O chefe de departamento econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, apresentou hoje as projeções da instituição para o setor público em outubro. Segundo ele, a estimativa é de uma nova desaceleração da dívida líquida do setor público para 40,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Para a dívida bruta, o BC conta com estabilidade na relação com o PIB, em 59,5%. Para fazer as projeções, Altamir levou em conta o dólar a R$ 1,70 em outubro.

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Para o fim do ano, as projeções são de 40% no caso da dívida líquida e de 60% em relação à dívida bruta. Para isso, leva-se em conta o cumprimento da meta de superávit primário de 3,3% do PIB. No período, o pagamento de juros corresponderá, pelos cálculos do BC, a 5,2% do PIB e o déficit nominal será de 1,9% do PIB. Ao final de dezembro, a expectativa é de dólar a R$ 1,75. O superávit primário representa a economia do governo para o pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal é obtido após o pagamento dos juros.

A taxa média de juros do ano usada como parâmetro é de 9,8%. O BC leva em conta ainda projeções de crescimento do PIB de 7,3%, um Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 9,4% e um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,04%.

Meta

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Altamir Lopes afirmou ainda que a autoridade monetária trabalha com a possibilidade de cumprir a meta cheia para o superávit primário, de 3,3% do PIB em 2010. Segundo ele, o resultado verificado no ano até setembro, de 2,96% do PIB, já está próximo do objetivo. “Do ponto de vista fiscal, estamos trabalhando com a possibilidade de cumprimento da meta. O resultado até setembro abre boa possibilidade de cumprir meta cheia do governo”, considerou.

O chefe do departamento salientou que, nos meses de novembro e dezembro, a sazonalidade não é “muito boa” para as contas públicas. Ele destacou, no entanto, que o conjunto de receitas hoje é mais favorável do que o verificado no mesmo período do ano passado. “Dois pontos hoje são favoráveis para cumprir a meta: em 2009, a geração de receitas era menor e as despesas correntes ex-eleições, normais”, pontuou.

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Altamir ressaltou o impacto da eleição porque, em anos de pleito, os gastos costumam se acelerar mais no início do ano, por conta da Lei Responsabilidade Fiscal (LRF). “Dentro dessa perspectiva, trabalhamos com possibilidade de cumprir meta”, reforçou.