Os gastos dos brasileiros no exterior devem esfriar nos próximos meses. Segundo o Banco Central, a alta do dólar ante o real tende a levar as despesas a um ritmo mais moderado que o atual. Até agosto, no entanto, o quadro é outro. Só nesse mês, as viagens internacionais consumiram US$ 2,354 bilhões, um recorde.

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Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, setembro deve dar início a um ciclo de moderação nesses gastos e fechar com despesas menores que as observadas no mês passado. Na parcial até o dia 22 deste mês, esses gastos somam US$ 1,791 bilhão. Os desembolsos de estrangeiros no País, em contraponto, estão em US$ 350 milhões, o que deixa um saldo líquido negativo de US$ 1,441 bilhão.

“Em termos de viagens internacionais, elas voltaram a subir de forma mais significativa em agosto. O saldo negativo da conta de viagem é o maior para o mês e para o ano”, observou Maciel. “No entanto, deve apresentar ritmo mais moderado daqui para frente”, disse.

Segundo o técnico, a taxa de câmbio média maior em 2014 na comparação com o ano passado deve levar as despesas de viagens à moderação. Ele observou ainda que a crise financeira em alguns países deixou viagens para essas regiões mais atraentes nos últimos anos, mas a acessibilidade a esses destinos perdeu força.

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“Em anos anteriores, as promoções foram visíveis em momentos de crise de alguns destinos como Estados Unidos e Europa. Isso contribuiu, naquele período, para crescimento de despesas, mas agora isso tem diminuído”, relatou Maciel.

O economista do BC ponderou ainda que despesas com o item outros serviços (que inclui trabalhos de engenharia, entre outros) vem crescendo nas contas externas. Em agosto, apresentou avanço classificado por Maciel como “muito significativo”. Em contraponto, a conta de transportes, devido o menor ritmo do comércio exterior, tem perdido força.

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