Balança comercial

BC prevê alta de gastos de estrangeiros no País em junho

O Banco Central já identificou em junho um aumento das receitas em dólares com gastos de turistas estrangeiros que vieram ao País para os jogos da Copa do Mundo. Dados parciais (até 18 de junho) do BC mostram um crescimento de 24% das receitas com viagens internacionais (que concentram principalmente gastos com pagamento com cartão de crédito). As receitas no período somam US$ 365 milhões, para despesas de brasileiros no exterior de US$ 1,105 bilhão. No período, o déficit soma US$ 739 milhões.

“Dados preliminares apontam efeito da Copa”, avaliou o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel. Segundo ele, o impacto maior da Copa na conta de viagens do balanço de pagamentos do País com o exterior se dará em julho. Maciel evitou, no entanto, fazer previsões se o aumento das receitas dos estrangeiros que vieram para a Copa permitirá um superávit no mês.

Em maio, estrangeiros gastaram US$ 531 milhões no Brasil, enquanto brasileiros desembolsaram US$ 2,266 bilhões em viagens internacionais. Com isso, o saldo ficou negativo em US$ US$ 1,735 bilhão, recorde para o mês.

Para Maciel, a realização da Copa no Brasil deve ajudar no aumento do turismo no País no futuro e contribuir para o incremento das receitas com viagens internacionais.

“A exposição do País e das suas belezas naturais é um marketing considerável e tende a influenciar positivamente as receitas de turismo no futuro”, disse. Segundo ele, mesmo os estrangeiros que não vieram ao País estão vendo o Brasil nas matérias sobre a Copa. “As belezas estão sendo vistas por bilhões de pessoas no mundo e isso tende a influenciar o País no futuro”, afirmou.

Transportes

O economista avaliou ainda que a conta de transportes até maio do balanço de pagamentos do País com o exterior pode estar refletindo também os gastos de turistas que vieram para os Jogos da Copa do Mundo. Maciel explicou que, além de despesas com frete, essa conta registra os gastos com transportes que passageiros estrangeiros fazem ao comprar o bilhete em companhias brasileiras. De janeiro a maio, essas receitas somaram US$ 2,409 bilhões, ante 2,194 bilhões no mesmo período de 2013. Para Maciel, essa aumento pode ter sido “sensibilizado” pela compra antecipada de passagens.

Aluguel de equipamentos

O chefe do Departamento Econômico do BC afirmou ainda que o aumento das despesas com aluguel de equipamentos no exterior está associado aos investimentos para o aumento da capacidade produtiva do setor de mineração. “A tendência tem sido crescente”, afirmou. Em maio, os gastos com aluguel de equipamentos somaram US$ 1,739 bilhão. No ano até maio, essas despesas líquidas já somam US$ 8,481 bilhões – quase US$ 1 bilhão a mais do que os US$ 7,575 bilhões do mesmo período do ano passado.

O aumento dos gastos com aluguel de equipamentos foi destacado pelo chefe do BC como fator de pressão na conta de serviços do balanço de pagamentos do País com o exterior.

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