Brasília – A ameaça da falta de troco voltou a atormentar e o Banco Central (BC) já pensa em relançar uma campanha publicitária de incentivo ao uso de moedas. “Se tiver orçamento, vamos colocar a campanha no ar já no primeiro semestre”, disse o chefe do Departamento de Meio Circulante (Mecir) do BC, José dos Santos Barbosa.
A campanha feita em 2000, segundo Barbosa, amenizou o problema, mas não o sanou de forma definitiva. A raiz do estrangulamento da oferta de moedas continua o mesmo: o entesouramento.
“As pessoas deixam as moedas largadas em cinzeiros e outros locais sem as usar”, explicou o chefe do Mecir. O problema é mais centralizado nas moedas de R$ 0,01, R$ 0,05 e R$ 0,10 e concentrado nos usuários das classes mais altas. “A população mais humilde usa as moedas. O problema são as pessoas das classes A e B”, disse.
Uma pesquisa feita em dezembro do ano passado, de acordo com Barbosa, indicou que 40% das moedas de valores mais baixos estão em poder do público e fora de uso. Ao longo de 2002, o BC e a Casa da Moeda fizeram uma emissão de 59 milhões de moedas. A carência maior do público é relacionada à oferta de moedas de R$ 0,10, que tiveram, em 2002, uma emissão de 14,2 milhões.
A falta é tanta que o BC se viu obrigado a ofertar ao Banco de Brasília (BRB) e ao Banco do Brasil (BB) um lote emergencial de 1,2 milhão de moedas de R$ 0,10 para atender a demanda aumentada em Brasília em razão da elevação das tarifas de ônibus urbano para R$ 1,90. A ação, segundo o chefe do Mecir, ajudará a contornar o problema por um mês. Ele alertou, no entanto, que a falta de troco poderá voltar a surgir mais na frente.