Ao considerar o comportamento recente do Banco Central (BC), o economista Samuel Pessôa, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), disse acreditar que a autoridade monetária não é mais independente para fazer política de juros. “Parece que a decisão de fazer ciclos monetários passa pela presidente (Dilma Rousseff)”, afirmou, durante debate promovido pelo Centro de Políticas Públicas do Insper, em São Paulo, na noite desta quarta-feira.

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O economista reforçou que é apenas uma impressão e que “ninguém tem certeza disso”, mas reforçou que existe uma dificuldade atualmente de entender como o BC opera. “Até 2009, meados de 2010, era muito fácil entender a função de reação do BC. Agora não se sabe como o BC funciona.”

Para o economista, o caminho a ser trilhado passa pela retomada do regime de política econômica em vigor durante os oito anos do ministro Pedro Malan e dos três anos do ministro Antonio Palocci à frente do Ministério da Fazenda.

Questionado sobre que caminho é esse, respondeu: “É o caminho de reformas institucionais, de aumento da eficiência da economia, de um Estado mais como regulador do que ativamente interferindo no funcionamento da economia”.

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Pessôa disse que “esse Estado que começou a surgir recentemente”, denominado por ele de desenvolvimentista, que interfere demais na economia e possui um regime de política econômica pouco claro, acaba levando ao baixo crescimento.

O economista também defendeu o fim do ganho real do salário mínimo. “Acho que já aumentamos bastante. Eu mudaria a métrica e corrigiria apenas com a inflação passada.”

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