Mata de São João, 29/03/2014 – Falando para uma plateia de investidores e banqueiros internacionais neste sábado, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou que o Brasil passa por um período de transição, marcado por ampliação do investimento e alguma moderação do consumo. “Essa mudança contribui para a sustentabilidade do processo de crescimento, à medida que representa maior capacidade de oferta no futuro.”
Nesse contexto, Tombini citou os investimentos contratados para o setor de infraestrutura e ressaltou a importância da participação do setor financeiro privado. Mas reconheceu que os recursos necessários são superiores às fontes tradicionais e que talvez sejam necessários novos instrumentos ou inovação nas estruturas existentes para mitigar riscos.
“O país está empenhado em viabilizar as condições para que esses investimentos se concretizem com sustentabilidade no período à frente”, disse no encerramento do Fórum Econômico sobre a América Latina do Institute of International Finance (IIF), na Bahia. Tombini participou também de reuniões fechadas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na Costa do Sauípe.
“Desde o segundo semestre de 2013 foram realizados vários leilões e, consequentemente, contratados vultosos investimentos. Os recursos requeridos são vultosos; em montante superior à capacidade das fontes tradicionais. Por isso, precisamos ampliá-las”, completou. “Talvez sejam necessários novos instrumentos ou mesmo inovar na estruturação de operações para mitigar riscos ou reduzir custos”, afirmou, sem dar mais detalhes.
Reformas
Segundo ele, um dos fatores que mais contribuíram para o crescimento da economia brasileira foi a absorção de mão de obra. Como o nível de desemprego é o menor da história recente do Brasil, diz ele, “para o País crescer a taxas mais altas é preciso estimular fontes complementares de crescimento. É o que estamos fazendo.”
“O Brasil vem conduzindo uma ampla agenda de reformas estruturais. A propósito, algumas das reformas que outros países estão fazendo agora, nós já fizemos há alguns anos”, afirmou. “No atual estágio, o nosso foco são as reformas que visam qualificar a mão de obra, ampliar os investimentos e aumentar a produtividade geral da economia brasileira”, disse citando o Pronatec e o Ciência sem Fronteiras. “No Brasil, como em outras economias da região, os potenciais retornos dos investimentos em ampliação e modernização da infraestrutura e qualificação da mão de obra são elevados.”