BC não vê problemas com a dívida

São Paulo (AE) – O Banco Central (BC) e o Tesouro Nacional tentaram mais uma vez tranquilizar o mercado financeiro em teleconferência promovida ontem pela manhã pelo banco JP Morgan, da qual participaram os diretores Luiz Fernando Figueiredo (Política Monetária), Ilan Goldfajn (Política Econômica) e Beny Parnes (Assuntos Internacionais), além do secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia. Eles foram enfáticos em afirmar que não há a possibilidade de problemas para os próximos vencimentos da dívida interna e externa do governo, que estariam devidamente garantidos tanto pelo colchão de liquidez acumulado ao longo dos últimos meses quanto pelos bons resultados do superávit fiscal que as diferentes esferas de governo e estatais vêm – e devem continuar – registrando.

Os diretores do Banco Central e o secretário do Tesouro Nacional também esclareceram aos analistas e investidores que participaram da teleconferência alguns detalhamentos adicionais sobre a recompra dos títulos da dívida externa que o BC anunciou entre as medidas para conter a volatilidade dos mercados.

Segundo fonte que participou da teleconferência, o BC disse que não pretende fazer anúncios para essas recompras, que seriam realizadas aos poucos no mercado, nos momentos em que a autoridade monetária considerar oportunos. Também afirmaram que o valor de US$ 3 bilhões anunciado para essas recompras poderá ser superado – se o BC achar necessário.

Juros

Os diretores do BC também deixaram um recado, ainda que não explicitamente, de que não pretendem elevar as taxas de juros na atual conjuntura. Lembraram, segundo a fonte, que o mercado futuro de juros já elevou substancialmente suas projeções de taxas – o que traz impactos diretos sobre os níveis de crédito -e reforçaram a tese de que as medidas a dotadas recentemente pelo BC em termos de restrição de liquidez no mercado, como o aumento do compulsório a prazo, são mais efetivas na regulação dos preços no mercado.

Quando questionados sobre qual seria o gatilho para que o BC utilizasse o viés de baixa adotado na última reunião do Copom, a resposta dos diretores foi: “Quando houver redução nas turbulências.”

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