Os preços do petróleo caíram “de forma expressiva” desde outubro. A avaliação consta da ata da reunião de dezembro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira (18). Apesar de admitir que há muita incerteza relacionada ao comportamento dos preços nesse mercado, os diretores do BC dizem que “não parece prudente descartar por completo a hipótese de que ocorram reduções de preços em 2009” na gasolina.

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Além de não descartar essa hipótese, a ata lembra que a redução dos preços internacionais do petróleo “pode eventualmente se transmitir à economia doméstica tanto por meio de cadeias produtivas como a petroquímica, quanto pelo efeito potencial sobre as expectativas de inflação”.

O documento ainda observa que os preços de outras matérias-primas (commodities) também apresentaram reduções desde a última reunião em outubro. Essa queda, na avaliação do colegiado, é uma reação “tanto ao maior pessimismo sobre as perspectivas para o crescimento da economia mundial, quanto à continuidade da turbulência nos mercados financeiros globais”.

Atividade econômica

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O Copom reforçou a avaliação de que as perspectivas para a evolução da atividade econômica se deterioram desde a última reunião. Em particular, os efeitos da crise internacional sobre as condições financeiras internas indicam que a contribuição do crédito para a sustentação da demanda doméstica pode arrefecer de forma mais intensa e possivelmente persistente do que a que seria determinada exclusivamente pelos efeitos defasados da políticas monetária.

O documento observa ainda que o agravamento da crise externa tem gerado influência negativa sobre a confiança na economia. “Caso persista tal situação, o dinamismo da atividade passaria a depender crescentemente da expansão da massa salarial real e dos efeitos das transferências governamentais esperadas para este e para os próximos trimestres.

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O comitê avalia que as informações disponíveis dos últimos meses sobre a produção industrial apontam para uma “interrupção” do seu ciclo de expansão, por conta da “deterioração das perspectivas para a economia mundial e de seus efeitos sobre a economia brasileira”. Na ata de sua última reunião, o Copom, com base nas informações mais recentes sobre a trajetória do nível de utilização da capacidade instalada, enxerga evidências de que “estaria em curso um processo de redução do descompasso entre a evolução da oferta e da demanda doméstica”, fator que tem, na visão do BC, forte correlação com a trajetória da inflação.