BC mantém projeção de ajuste zero no preço da gasolina

O Banco Central manteve em zero a estimativa para o aumento de preços da gasolina e do gás de cozinha no acumulado deste ano, segundo a ata da reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, exatamente o mesmo cenário previsto na reunião de março.

Ainda de acordo com o documento, o BC diminuiu a projeção de aumento dos preços administrados (tarifas públicas) em 2009, passando de 5,5%, em março, para 5%. Para 2010, a previsão do BC para os administrados continua em 4,8%.

Para o comportamento das tarifas de eletricidade, a projeção para o aumento dos preços no acumulado deste ano caiu de 7,6% para 6,3%. Para a telefonia fixa, a estimativa de reajuste seguiu em 5%, exatamente como em março.

Crise

Os diretores do Copom entendem que a crise tem ajudado a reduzir a demanda na economia brasileira. Apesar desse fator externo de influência, os membros do comitê reafirmam que os efeitos da crise não são permanentes. “As influências contracionistas da crise financeira internacional sobre o dinamismo da economia doméstica e, consequentemente, sobre o contexto no qual tem atuado a política monetária, podem se mostrar persistentes, mas não serão permanentes”, cita a ata.

Além disso, o Banco Central começa a observar a diminuição da aversão ao risco externo gerado pela crise. Os diretores do Comitê afirmam, na ata, que desde a última reunião do grupo, em março, “surgiram sinais, ainda incipientes e sujeitos a reversão, de redução da aversão global ao risco, com impactos tanto sobre os preços de ativos brasileiros quanto os de commodities (matérias-primas), influenciando também as condições financeiras”.

Junto com a percepção de melhora externa, os diretores do Copom citam que “a trajetória dos índices de preços, em diversas economias, todavia evidencia significativa redução das pressões inflacionárias externas, especialmente nas economias maduras, mas também em algumas emergentes”. Diante desse cenário, a autoridade monetária avalia que “o efeito líquido da desaceleração global sobre a trajetória da inflação doméstica segue sendo, até o momento, predominantemente benigno”.