O lucro dos bancos e os impostos são cada vez mais importantes e, juntos, já respondem por metade da composição do spread bancário, que é a margem cobrada pelas instituições financeiras nos empréstimos. A informação consta do Relatório de Economia Bancária e Crédito divulgado hoje pelo Banco Central (BC). Em 2008, 49,8% do spread era composto de lucro dos bancos e impostos. Um ano antes, a fatia era de 41%. Em contrapartida, a fatia do spread relativa à inadimplência e aos depósitos compulsórios caiu em 2008.

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O estudo divulgado hoje pela autoridade monetária mostra que a margem de lucro cobrada pelas instituições financeiras correspondeu a 28,3% do spread médio nos empréstimos prefixados em 2008. Um ano antes, a fatia era quase quatro pontos porcentuais menor, de 24,4%. Ao mesmo tempo, a fatia relativa aos impostos diretos e indiretos subiu de 16,6% para 21,6%.

Em trajetória contrária, com perda de importância na composição do spread, a fatia direcionada a cobrir prejuízos gerados pela inadimplência caiu de 39,7% para 35,7% no período. Apesar da redução, essa ainda é a maior parcela individual na composição do spread bancário. Também em queda, a parcela do depósito compulsório caiu de 3,8% para 1,1% no período que coincide com a forte redução dos depósitos como forma de aumentar a oferta de recursos disponíveis no mercado em meio à crise.

Segundo o estudo do BC, o spread bancário foi composto da seguinte forma em 2008: 13,2% pelo custo administrativo, 35,7% por inadimplência, 1,1% por compulsório, 8,5% por encargos fiscais (impostos e Fundo Garantidor de Crédito), 13,18% de impostos diretos e 28,26% de margem do banco.

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