O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sugere que a autoridade monetária encerrou o ciclo de alta de juros, na avaliação do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. “A palavra ‘manutenção’ sugere que não sobe mais, ‘por período suficientemente prolongado’ sugere que vai demorar para cair e, por fim, o ‘é necessária’ não elimina eventual retomada do ciclo de alta, mas indica fortemente que o próximo passo após um ‘período suficientemente prolongado’ é a redução dos juros”, escreveu o economista, em relatório.
Há pouco, o BC elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 13,75% ao ano para 14,25% ao ano, e no comunicado destacou que a “manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”.
“Apesar de a interpretação mais adequada do comunicado pareça ser que o ciclo de alta se encerrou hoje, existe ainda alguma probabilidade de que a taxa Selic seja elevada na próxima reunião. Tal probabilidade é, sem dúvida, bastante menor do que a que existia até hoje”, ponderou o economista.
Gonçalves diz ainda que o trecho do comunicado no qual o BC diz que avaliou o “atual balanço de riscos” para elevar a Selic indica que algum efeito do ciclo de alta, dentre outras variáveis, foi considerado pelo comitê.