O Banco Central Europeu (BCE) afirmou hoje que os preços dos alimentos, da energia e de commodities industriais (matérias-primas) podem elevar os preços ao consumidor da zona do euro. O BC europeu alertou ainda que existe uma “significativa incerteza” sobre se a oferta de alimentos será capaz de atender à demanda no longo prazo.
Em seu boletim mensal, o BCE disse que é essencial monitorar os acontecimentos e os motores dos preços dos alimentos, que subiram significativamente. “Permanecerá existindo uma pressão de alta sobre os preços dos alimentos no longo prazo, em razão do crescimento robusto da demanda global.”
Os preços do petróleo também vêm subindo – 20% nos últimos 12 meses – e o BCE reiterou que a resposta na ponta da oferta aos valores mais altos e ao crescimento da demanda tem sido nula. “Uma substancial queda nos estoques (…) pode levar a condições de mercado mais apertadas no futuro próximo”, disse o BCE.
O banco central alertou ainda que “indicadores de pesquisas até dezembro sinalizam aumento na pressão sobre os preços” dos produtos industriais. “O crescimento dos índices de preços da produção indicam que o custo das matérias-primas e das commodities está, de alguma forma, sendo repassado para os consumidores.”
O alerta do BCE surge após a alta nos preços da energia terem levado a inflação na zona do euro para mais de 2,2% em dezembro de 2010, acima do teto determinado pelo banco central, de 2,0%. No entanto, o BCE manteve seu cenário básico de que, no médio prazo, os preços ao consumidor da zona do euro ficarão em linha com a meta. A zona do euro reúne os países que utilizam o euro como moeda. Atualmente, 17 países fazem parte do grupo.
“Os riscos no médio prazo para as perspectivas sobre preços ainda estão amplamente equilibrados, mas podem caminhar para uma alta”, registrou o banco, no relatório. As informações são da Dow Jones.