Brasília – A dívida pública brasileira deve fechar o ano em cerca de 44% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país. A projeção é do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes.
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo BC, a dívida líquida, em outubro, chegou a R$ 1,132 trilhão, o que representa 43,7% do PIB, com aumento de 0,2 ponto percentual, em relação em setembro.
A dívida pública brasileira é a soma do que devem governos federal, estaduais e municipais. Esse valor, chamado de dívida líquida do setor público, desconta as dívidas que os governos têm a receber de empresas privadas ou de outros governos.
?Para este mês [de outubro], tivemos uma apreciação cambial [valorização do real frente ao dólar] de 5,2% do PIB. Só o impacto do câmbio sobre a dívida foi da ordem de R$ 11 bilhões. Isso evidentemente tem um impacto sobre o endividamento". Para ele, o que se espera é que, se o câmbio se mantiver a esse nível de hoje, essa dívida feche ao redor de 44% do PIB.
Em outubro, a economia que o governo faz para o pagamento dos juros da dívida, o chamado superávit primário, ficou em R$ 15,347 bilhões, maior do que no mês anterior, R$ 3,5 bilhões. De acordo com Altamir, o resultado de setembro foi bem menor devido ao pagamento da primeira parcela do 13º salário a aposentados do INSS. ?É o melhor resultado para meses de outubro em toda a série. O outro ponto importante é que todas as esferas de governo [federal, estaduais e municipais] apresentaram superavit?.
No acumulado do ano, o superávit primário chegou a R$ 106,570 bilhões, o que representa 5,12% do PIB. Essa relação que já está acima da meta do governo de fechar o ano com 3,8% (R$ 95,9 bilhões) do PIB. A projeção de Altamir Lopes é que o superávit fique em 4% do PIB em 2007.
O chefe do Departamento Econômico do BC disse ainda que o aumento da atividade econômica tem feito com que a ?receita venha se comportando bem?. De acordo com ele, mesmo com os possíveis gastos no primeiro semestre de 2008, ano eleitoral, os resultados fiscais não devem ser comprometidos. ?O aumento da arrecadação pode compensar esse aumento de gastos?.