O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, projetou nesta segunda-feira, 24, que o déficit das transações correntes de novembro deve ser de US$ 8 bilhões. Para outubro, ele havia previsto um saldo negativo de US$ 6,6 bilhões, mas acabou ficando em US$ 8,131 bilhões. A diferença do mês passado foi atribuída ao desempenho da balança comercial, de acordo com o técnico. Ele salientou que, nos primeiros dias deste mês, o saldo comercial já mostra déficit elevado, daí a projeção maior para este mês.

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Se a nova estimativa de Maciel para o mês de novembro for confirmada, a projeção do Banco Central para o resultado do ano, de US$ 80 bilhões, já será extrapolada. Apesar disso, ele disse que não faria ajustes nas expectativas agora porque isso, tradicionalmente, só é feito em dezembro, quando é conhecido o dado de novembro. O técnico lembrou que dezembro é mês sazonalmente favorável para as contas externas.

Maciel disse também que o resultado da conta corrente em 12 meses, de 3,73% do Produto Interno Bruto (PIB) é o maior desde fevereiro 2002 (3,94%). Nesse período, o resultado está no vermelho em US$ 84,428 bilhões.

Outubro

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De acordo com Maciel, o déficit de outubro é maior para o mês da série histórica iniciada em 1980. Ele acrescentou, porém, que, como os volumes antes dessa data eram menores, é possível considerar que é o maior desde 1947, quando o BC começou a levantar os dados de transações correntes. O resultado de outubro, comentou o técnico, também ficou maior do que a previsão e também mais elevado do que o saldo do mesmo mês de 2013.

A balança comercial, segundo Maciel, voltou a ser a grande responsável pelo déficit maior das transações no mês passado. Ele salientou que o preço das exportações recuou 4,2% de janeiro a outubro ante mesmo período de 2013. “O preço das exportações recuou de forma significativa levando-se em conta o mesmo quantum”, comentou.

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Como exemplo, o economista citou que, nesse período, houve queda de 20% do preço de minério de ferro; 5% de soja, 9% de açúcar em bruto, 8% de celulose e 23% de milho. Já o conjunto de preços importados nos primeiros dez meses do ano recuou de forma mais branda: 1,5%.

IED

O chefe do Departamento Econômico do BC disse também que o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) segue fluindo em níveis significativos para o Brasil, deixando o País em situação confortável para o financiamento do déficit em transações correntes. Segundo ele, esses recursos, direcionados ao setor produtivo, financiam a maior parte do rombo externo, mas outras fontes de financiamento também têm apresentado bom fluxo, a exemplo das taxas de rolagem, que em outubro ficaram em 282%.

Maciel ainda disse que a expectativa do BC para novembro é de que o IED registre ingresso de US$ 4 bilhões, número que se confirmado vai deixar o País distante em US$ 7,8 bilhões da previsão da autoridade monetária para a entrada de investimentos no ano, projeção que está em US$ 63 bilhões.