O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, afirmou hoje que o pico da inflação em 2011 ocorreu em abril, quando o IPCA subiu 0,77% e o acumulado em 12 meses fechou em 6,51%, ou 0,01 ponto porcentual acima do teto da meta de inflação. Mendes fez hoje rápida apresentação do cenário econômico no 4º Fórum Anual da Emerging Markets Trade Association (EMTA), em São Paulo. De acordo com o diretor do BC, a partir de maio a inflação deverá apresentar taxas menores.
Segundo ele, além de efeitos sazonais que deverão contribuir para puxar a inflação para baixo, os preços das commodities (matérias-primas) também deverão desacelerar, seguindo movimento registrado em abril, quando o IC-Br recuou 1,64%. Mendes ressaltou que o Banco Central manterá a trajetória de alta da taxa de juros (Selic) enquanto for necessário para convergir a inflação para a meta.
Ele prevê que o IPCA feche esse ano próximo da banda superior da meta, de 6,5%, mas espera que a inflação encerre 2012 em 4,5%, no centro da meta, apesar de o mercado ainda trabalhar com uma expectativa de 5%. O diretor do BC lembrou que o último relatório Focus mostrou redução da mediana das expectativas para o IPCA de 2011, de 6,37% para 6,33%. Com relação a isso, ele também espera que o mercado continue a ajustar para baixo os seus números.
Perguntado se os dissídios das negociações salariais das principais categorias de trabalhadores, que se concentram no segundo semestre, não seriam uma ameaça para os preços, Mendes disse esperar forte queda de braço entre patrões e trabalhadores. “Não vai ser fácil, nós sabemos. Vamos ver uma forte queda de braço entre empregadores e trabalhadores, mas os patrões terão como argumento as projeções de queda da inflação”, disse o diretor, avaliando que esse será um fato para contrapor os pedidos de reajuste com base na inflação passada.