Brasília (ABr) – Os 6,5 mil técnicos da Receita Federal voltaram a fazer greve (iniciada ontem) em todo o País. Eles alegam que o governo federal não cumpriu o acordo firmado pelo ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e pelo secretário da Receita Federal do Brasil, Jorge Rachid, sobre a pauta mínima de definição das atribuições do cargo de técnico e da carreira de auditor fiscal. Também deflagraram greve ontem os funcionários do Banco Central, por tempo indeterminado.
?Pouco do que foi acertado está sendo cumprido. Diante disso, não resta outra alternativa que não seja o retorno da paralisação?, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sindireceita), Paulo Antenor de Oliveira, adiantando que a greve dos técnicos da Receita deve se estender por duas semanas, até 1.º de outubro.
Paulo Antenor afirma que a categoria decidiu voltar ao trabalho, depois de seis semanas de paralisação, porque o ministro Palocci se comprometeu a definir as carreiras no texto da Medida Provisória 258/05, que fundiu as receitas fazendária e previdenciária, criando a Receita Federal do Brasil. ?O texto da MP não reconhece nem mesmo parte das nossas atividades profissionais. Continuamos qualificados de forma genérica, o que não confere identidade ao nosso cargo, desestimula os seus membros, compromete o futuro da carreira e prejudica a instituição.?
Os auditores fiscais, que já paralisaram as atividades este mês, também argumentam que, com a unificação das secretarias da Receita Federal e da Previdência, houve quebra do princípio constitucional de realização de concurso para acesso ao serviço público. Segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais, a nova medida permite a servidores de outras carreiras ocuparem o posto de auditor fiscal sem concurso público. Os técnicos da Receita Federal questionam os argumentos apresentados pelos auditores.
Banco Central
A greve por tempo indeterminado iniciada ontem no Banco Central em todo o País ainda não causou prejuízos ao sistema financeiro.A informação foi dada pelo presidente do Sindicato dos Funcionários do Banco Central regional Rio de Janeiro (Sinal/RJ), Sérgio Belsito.