BC e Casa da Moeda querem novas cédulas

Uma das formas mais eficazes para combater a crescente falsificação de cédulas do real, seria a criação de uma nova família de cédulas da moeda, segundo defendeu ontem o presidente da Casa da Moeda, José dos Santos Barbosa. Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ele afirmou também que o órgão e o Banco Central já possuem um projeto para a substituição das notas, que, no entanto, ainda depende de ?autorização competente?.

Já o chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, João Sidney de Figueiredo Filho, afirmou que a criação da segunda família de cédulas do real dificultaria o processo de falsificação porque seriam usadas cores mais difíceis de copiar. Além disso, ele disse que as notas teriam tamanhos diferentes, o que ajudaria no reconhecimento por deficientes visuais.

Segundo o BC, no ano passado foram identificados R$ 317 milhões em cédulas e moedas falsas, principalmente em notas de R$ 50 e R$ 10. Apesar de volumoso, o montante é 35% inferior ao registrado em 2004 (R$ 488 milhões).

Os senadores decidiram realizar a audiência pública após a divulgação de pesquisa do BC encomendada ao Datafolha que mostrou que 30% dos brasileiros já recebeu pelo menos uma cédula falsa.

Durante a audiência, Barbosa admitiu que, além dos custos com a impressão, a criação de uma nova família de cédulas exigiria investimentos no parque produtivo da Casa da Moeda, o que não acontece desde a década de 80.

?Não há cédula infalsificável, mas sim uma cédula que permaneça livre de falsificação por mais tempo, até que o falsário descubra uma fórmula de falsificá-la. A Casa da Moeda necessita de um aporte de capital para sair da geração dos anos 80 e entrar no século 21 com família moderna, tornando a sociedade mais protegida contra falsificações?, disse Barbosa.

Segundo estudo apresentado pelos técnicos do banco, 97% das falsificações são grosseiras e não contêm sequer a marca d?água existente nas notas oficiais. Além disso, só 53% dos brasileiros têm o costume de verificar a veracidade das notas que recebem.

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