Os ganhos de tesouraria, com títulos de renda fixa, ajudaram a garantir a continuidade do aumento dos lucros dos bancos no primeiro semestre do ano. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que enquanto as receitas com essas operações subiram 35,32% na comparação entre dezembro do ano passado e junho de 2014, o desempenho com crédito, tarifas e outros resultados operacionais avançaram pouco ou até mesmo encolheram.

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Os números constam no Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do BC, documento que ainda traz um diagnóstico para essa segunda metade do ano: continuar a depender da tesouraria deixou de ser uma opção para instituições financeiras. Segundo o diretor de Fiscalização, Anthero de Moraes Meirelles, sem movimentos relevantes na Selic e nas taxas de longo prazo, ganhos adicionais com tesouraria tendem a ser menores.

Enquanto no semestre encerrado em dezembro de 2013 o resultado de tesouraria chegou a R$ 41,9 bilhões, no período terminado em junho de 2014 atingiu R$ 56,7 bilhões. Outras rubricas não registraram ganhos tão expressivos. O resultado com crédito, livre de provisões, chegou a cair, passando de R$ 117,4 bilhões para R$ 110,7 bilhões. As receitas de serviços aceleraram pouco, de R$ 96,3 bilhões para R$ 99,3 bilhões.

Para Meirelles, para garantir boas margens neste fim de 2014, os bancos precisam cortar gastos e ganhar eficiência. O sistema como um todo no primeiro semestre, no entanto, não conseguiu travar as despesas administrativas, por exemplo. Elas passaram de R$ 177,1 bilhões para R$ 182,5 bilhões. Mesmo com o avanço dos ganhos com tesouraria, o lucro líquido em 12 meses do sistema avançou pouco, passou de R$ 60,6 bilhões em dezembro passado para R$ R$ 60,8 bilhões.

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