O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição vai trabalhar para “manter a inflação baixa e controlada, dando seguimento à ótima atuação da condução da política monetária, e continuar aprimorando nossos mecanismos de comunicação”. Os comentários fazem parte de um documento com apontamentos de Campos Neto, que servirão de base para sua participação em eventos nos Estados Unidos até o dia 14, próximo domingo. O documento foi publicado pelo BC na internet.

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Em sintonia com discursos recentes em outros eventos, Campos Neto também afirmou que o BC vai trabalhar para manter o sistema financeiro “sólido e eficiente, com um mercado de capitais maior, mais democrático, com a participação de mais pessoas e empresas”.

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Além disso, estará entre os objetivos da autarquia ter a autonomia institucional registrada em lei, o que, na visão de Campos Neto, contribuirá para a redução do risco Brasil e para elevar o crescimento no longo prazo.

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Campos Neto também afirmou que a instituição vai atuar para reduzir o custo de intermediação financeira, “aumentando a eficiência desse serviço e melhorando as condições de concorrência”. Outro objetivo, segundo ele, é tornar o mercado mais aberto para todos – “pequenos e grandes, nacionais e estrangeiros”.

Exterior

Também repetindo ideias contidas em pronunciamentos recentes, Campos Neto repete, nos apontamentos publicados nesta quarta, que o cenário global segue desafiador. Ao mesmo tempo, ele cita que as expectativas estão ancoradas no Brasil, que a economia passa por recuperação gradual e que os juros básicos estão na mínima histórica. Para ele, a aprovação das reformas é essencial para sustentar a inflação baixa.

Financiamento da atividade rural

Nos apontamentos, Campos Neto cita estudos sobre um novo modelo de financiamento para a atividade rural. “O objetivo é aumentar a eficiência dos subsídios, focando em pequenos e médios produtos. Para fazer isso, é necessário tornar explícitos os subsídios implícitos e avaliar melhor seus destinos”, pontua Campos Neto.

Ao tratar do mercado imobiliário, Campos Neto cita a necessidade de modernizar os mecanismos usados para levantar fundos para a construção civil, “melhorando o financiamento à habitação, ampliando a transparência nos subsídios e ampliando as opções disponíveis para famílias e empresas”.

Campos Neto também demonstra a intenção de fortalecer o relacionamento com o Congresso Nacional e estudar caminhos para tornar os objetivos e os progressos mensuráveis. Além disso, ele cita em seus apontamentos a necessidade de desenvolver mecanismos para melhorar a relação entre o governo brasileiro e os grandes investidores em portfólio. Isso passa pela melhora das informações sobre serviços e produtos financeiros.

Nos apontamentos, Campos Neto também fala em melhorar a comunicação das ações do BC e manter contato frequente com a mídia e o público, dando publicidade às iniciativas e às ações da instituição.

Cibersegurança

Campos Neto defendeu em seus apontamentos que se estabeleça no Brasil uma política eficaz de cibersegurança. “(A cibersegurança) é um ponto de atenção e risco em um sistema financeiro cada vez mais digitalizado. É necessário estabelecer uma política eficaz de cibersegurança e desenvolver mecanismos de defesa e redução de riscos”, pontuou.

Nos apontamentos, Campos Neto também defendeu a simplificação de regras, a redução da burocracia e a facilitação de operações no mercado de câmbio, para “permitir que, eventualmente, o real brasileiro torne-se uma moeda conversível que seja referência na região”.

Nos apontamentos, Campos Neto também informa que estão sendo criados 14 grupos de trabalho para tratar de cada tópico das novas dimensões da Agenda BC+. São quatro as novas dimensões da agenda do BC: inclusão, competitividade, transparência e educação financeira.