O Banco Central, até a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, tentava mostrar o lado positivo da depreciação do real ante o dólar. No ata sobre o encontro, divulgada nesta quinta-feira, 10, a diretoria diz que essa depreciação começa a traduzir-se em melhores resultados para o setor externo e para as exportações. Essa ponderação é nova e foi incluída no parágrafo 31.

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No dia da reunião, em 02 de setembro, o dólar estava em R$ 3,7530, que era o maior patamar desde 12 de dezembro de 2002. Depois disso, no entanto, a divisa subiu ainda mais frente ao real e, depois da decisão de ontem da Standard e Poors (S&P) de tirar o grau de investimento do Brasil, esse movimento de escalada do dólar e queda do real pode se tornar um problema para o BC a ponto de ele ser obrigado a vender dólar físico, o que não é feito desde 2009. Até às 9h34 de hoje, o dólar subia 2,50% e, no acumulado do ano, a alta da moeda era de 46,63%.

O BC reafirmou ainda que a demanda agregada continuará a se apresentar moderada no horizonte relevante para a política monetária. “De um lado, o consumo das famílias tende a ser influenciado por fatores como emprego, renda e crédito; de outro, o financiamento imobiliário, a concessão de serviços públicos e a ampliação da renda agrícola, entre outros, tendem a favorecer os investimentos”, reiterou o BC.

Todo esse cenário, somado aos desenvolvimentos no âmbito parafiscal e no mercado de ativos, além da dinâmica de recomposição de preços administrado, são, para o BC, fatores importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas para garantir a inflação em 4,5% em 2016.

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