O Banco Central Europeu (BCE) afirmou hoje, em seu relatório anual, que a situação fiscal de alguns países da zona do euro permanece “precária” e que o compromisso de consolidação fiscal precisa ser sustentado. Segundo o relatório, as medidas de combate ao déficit delineadas nos orçamentos de 2011 são “um primeiro passo na direção certa”, mas “a escala dos atuais desafios fiscais exige um esforço de consolidação plurianual na maioria dos países”.

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O BCE pediu que os países com perspectiva econômica mais forte usem a oportunidade para corrigir logo os déficits excessivos. Os países que têm anunciado medidas sem especificidades suficientes devem oferecer “mais detalhes”, segundo o BCE.

No prefácio do relatório anual, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, defendeu a compra de dívida de governos da periferia da zona do euro. O chamado Programa de Títulos do Mercado permitiu que os bancos centrais da zona do euro “ajudassem a restaurar o funcionamento adequado do mecanismo de transmissão da política monetária no caso de segmentos de mercado com mau funcionamento”, afirmou Trichet.

O BCE começou a comprar bônus do governo em maio de 2010, depois que os yields (retorno ao investidor) dos títulos de países da periferia da zona do euro subiram em razão de preocupações com a incapacidade de alguns deles pagarem a dívida. Até 31 de dezembro, o BCE havia comprado títulos no valor de cerca de 73,5 bilhões de euros.

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O valor médio das garantias registradas no BCE para suas operações de fornecimento de liquidez diminuiu para 2,010 trilhões de euros, de 2,034 trilhões de euros em 2009, segundo o relatório. Isso aconteceu principalmente porque os bancos tiveram “em média menos necessidades de liquidez durante 2010”, disse o banco central.

Títulos lastreados em ativos – ou notes lastreadas no pagamento de dívida, como hipotecas ou empréstimos de cartão de crédito – se tornaram uma garantia mais popular no ano passado, representando 24% do total, de 23% em 2009. Mas o volume geral desse tipo de títulos permaneceu estável, sugerindo que o valor deles subiu.

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O BCE alertou que os desequilíbrios globais externos “começaram a crescer novamente” em algumas áreas em 2010, à medida que o déficit em conta corrente dos EUA se ampliou e o superávit em conta corrente da China permaneceu perto do pico em termos absolutos. Para combater esses desequilíbrios, “os países com déficit deveriam reduzir os déficits fiscais e completar a agenda de reforma estrutural”, segundo o BCE. As informações são da Dow Jones.