O Nordeste liderou a expansão do crédito nos últimos 12 meses. Dados do Banco Central (BC) mostram que o total de empréstimos naquela região cresceu 29,3% de setembro de 2008 a setembro de 2009. Esse ritmo é quase três vezes maior que o verificado nos três Estados do Sul, por exemplo, onde o avanço foi de 11,3%. Analistas explicam o desempenho nordestino pelo dinamismo da economia local e pela forte atuação das instituições financeiras públicas.
O levantamento do BC revela que as regiões mais pobres do Brasil têm liderado a expansão das operações de crédito nos últimos meses. A expansão ocorre nas operações para empresas, que têm sido beneficiadas por investimentos públicos e privados, e também para as famílias, que experimentaram ascensão socioeconômica com a formalização do emprego, o aumento da renda e o acesso aos serviços bancários.
No Nordeste, pessoas físicas e jurídicas tomaram R$ 33,7 bilhões em novos empréstimos nos últimos 12 meses, o que elevou a participação regional no crédito de 11,2% para 12,2%. No mesmo período, regiões mais ricas – como o Sudeste e o Sul – perderam participação. Nos 12 meses, o crédito avançou 19,9% no Norte, 18,7% no Sudeste e 17,4% no Centro-Oeste. A média nacional foi de 18,3%.
“No Nordeste e Norte, empresas continuaram a ter acesso ao crédito, principalmente dos bancos públicos. O comportamento destoou do restante do País. Nas famílias, a renda aumentou e permitiu o endividamento maior”, diz o economista Jayme Alves, da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). No BNDES, por exemplo, os desembolsos para o Nordeste saltaram 173% entre o fim de 2008 e novembro de 2009 graças a investimentos em ramos como energia, petróleo e gás.