Apesar de ter a função de aprimorar a governança do Banco Central em relação a questões relacionadas à regulação do sistema financeiro, o Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) não foi criado em decorrência dos recentes episódios envolvendo as quebras dos bancos Panamericano e Morada, alegou o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles.

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“A criação do Comef se dá em um momento no qual o sistema financeiro se encontra em posição confortável e sólida, não obstante esses casos (dos dois bancos)”, afirmou Anthero. “O sistema está fortemente capitalizado, muito bem provisionado, com fundamentos sólidos”, acrescentou.

O diretor de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Luiz Awazu Pereira, afirmou que a motivação para a criação do Comef “transcende episódios pontuais”. “Haveria criação do Comitê com ou sem a ocorrência desses episódios isolados”, completou.

Ambos os diretores frisaram que a atuação do Comef está voltada para o aprimoramento do intercâmbio de informações entre as diversas áreas do BC, visando municiar melhor a autoridade monetária de conhecimento para a formulação de estratégias para a atividade de regulação e monitoramento do sistema financeiro.

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“O mercado financeiro é muito dinâmico, os cenários mudam”, disse Anthero, citando processos de consolidação, aquisições e o interesse crescente de grupos internacionais no mercado brasileiro, além da própria internacionalização dos bancos nacionais. “A criação do Comef tem a ver com desafios que a gente vislumbra para o futuro”, frisou o diretor.

Segundo Pereira, a criação do Comef brasileiro se dá em condições mais positivas do que as verificadas pelos comitês semelhantes criados recentemente nos Estados Unidos e no Reino Unido. O comitê se reunirá a cada dois meses.

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