BC argentino abre conta para transferir reservas, diz TV

O Banco Central da Argentina ignorou a decisão da Justiça que suspendeu a criação do Fundo do Bicentenário e abriu a conta para a qual o governo quer que sejam transferidos US$ 6,5 bilhões das reservas internacionais. A informação foi divulgada pela emissora de TV Todo Notícias (TN). Procurados pela Agência Estado, os funcionários da instituição não confirmaram a decisão oficialmente. Contudo, o líder governista no Senado, Miguel Pichetto, esclareceu que os fundos ainda não foram transferidos para a conta.

O decreto que cria o Fundo do Bicentenário, publicado no dia 14 de dezembro passado, foi suspenso na manhã desta sexta-feira até que o Congresso Nacional se pronuncie sobre a matéria. O departamento jurídico do BC também havia emitido um parecer contrário à aplicação do fundo sem o aval parlamentar. O presidente do Senado e vice-presidente da República, Julio Cobos, convocou uma reunião de líderes das bancadas para a próxima segunda-feira para discutir o assunto.

Com o decorrer das horas, a crise na Argentina ganha novas dimensões e a tensão no BC não cede diante da disputa interna entre diretores ligados ao governo de Cristina Kirchner e os afins a Martín Redrado, o titular da autoridade monetária que foi demitido por decreto. Uma fonte do BC relatou que o presidente interino, Miguel Angel Pesce, nomeado pela presidente Cristina Kirchner, realizou uma reunião da diretoria, a qual não entrou na publicação da ordem do dia, como reza o regulamento.

A diretoria do BC é composta por oito técnicos, mas somente quatro participaram da reunião: Sergio Chodos, Carlos Sánchez, Gabriela Ciganotto e Waldo Farias. Todos eles são ligados a Kirchner. Outros dois respondem a Redrado e o restante não teria manifestado uma tendência de que lado ficará. Segundo as versões da fonte, nesta reunião ficou decidido que o BC vai cumprir a determinação de colocar o fundo em andamento. Pesce e os diretores mencionados também teriam reestruturado as comissões técnicas e suas respectivas gerências.

A fonte disse ainda que o objetivo do grupo governista do BC é pressionar a renúncia dos homens ligados a Redrado, como Carlos Pérez, braço direito do presidente demitido, e de Hernán Lacunza, gerente geral da instituição, e outros técnicos.

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