O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que o déficit das transações correntes no mês de outubro ficou acima da projeção da instituição para o período fundamentalmente por causa de uma reversão da balança comercial ao longo do mês. A expectativa do BC era de um saldo negativo de US$ 5,3 bilhões, informou Maciel, nesta sexta-feira, 22.
Ele lembrou que, quando apresentou a projeção, há quase um mês, o saldo da balança comercial estava positivo em cerca de US$ 1 bilhão, mas que o resultado acabou fechando deficitário pouco acima de US$ 200 milhões. “Isso foi determinante para o mês”, considerou. Tulio comentou que os analistas do mercado financeiro já estão com números mais próximos ao resultado efetivo apresentado hoje pelo BC porque acompanham o rumo da balança comercial semanalmente.
Segundo Maciel, a balança comercial e o segmento de serviços foram os itens que mais puxaram o déficit para cima ao longo de 2013. De janeiro a outubro, o resultado está negativo em US$ 67,548 bilhões. De janeiro a outubro, houve ampliação de US$ 28 bilhões do resultado negativo em relação ao mesmo período do ano passado.
Ele diz que o saldo da balança foi negativo em US$ 19,2 bilhões, enquanto os serviços responderam por US$ 6,3 bilhões. “Os dois juntos respondem por US$ 25,5 bilhões dos US$ 28 bilhões”, resumiu. “Por que a balança está com esse comportamento? Porque as exportações recuaram quase 1% no acumulado do ano enquanto as importações cresceram 9,4%”, disse.
Novembro
Segundo Maciel, o déficit em conta corrente de novembro deverá fechar em US$ 4,4 bilhões, menor, portanto, do que o saldo negativo de US$ 7,132 bilhões visto em outubro. Para fazer a projeção, o técnico do BC levou em conta o saldo acumulado da balança comercial em novembro, de US$ 1,724 bilhão.
Como ele justificou o déficit maior do mês passado com a inversão da balança comercial de outubro, jornalistas o questionaram se o mesmo não poderia ocorrer este mês. “É claro que a balança tem tido oscilações semanais, esse comportamento tem sido comum, mas a tendência tem sido de melhora (da balança) na margem”, avaliou.