O dólar à vista fechou em baixa de 0,43% ontem, mesmo com o Banco Central atuando na compra de recursos. Desta vez o BC anunciou o leilão no período da tarde e comprou dólares por até R$ 2,768. No fechamento, a cotação ficou em R$ 2,762 na compra e R$ 2,764 na venda. Segundo informam as mesas de câmbio, o BC comprou dólares de 6 dos 30 bancos que fizeram propostas. Os valores estimados para a operação são pequenos. Além disso, o dólar voltou a se desvalorizar frente ao euro, o que também favoreceu a desvalorização por aqui.
As compras de dólares do BC começaram há uma semana, depois de dez meses de jejum. Oficialmente, o objetivo é a recomposição de reservas, mas as reservas cambiais ainda não mostraram elevação significativa. Na semana passada, o dólar subiu 2,47%, pressionado pela zeragem de posições vendidas dos bancos, se adaptando à presença do BC.
Entre os destaques do dia esteve o superávit de US$ 843 milhões da balança comercial na segunda semana de dezembro e a leve redução das estimativas de inflação para 2005. Em outra ponta está o Boletim de Mercado, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostrou que os analistas de cem instituições financeiras diminuíram seus prognósticos para a inflação de 2005. A taxa média estimada caiu de 5,80% para 5,78%. O percentual previsto para o IPCA ainda está acima do desejado pelo BC, que espera ver uma inflação de no máximo 5,1% no ano que vem.
As atenções dos investidores estão concentradas na última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece hoje e amanhã. As apostas feitas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) são de uma elevação de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, hoje de 17,25% ao ano. Também hoje o Federal Reserve vai decidir sobre os juros americanos, o que também concentra atenções.
No mercado futuro de juros, as taxas pouco oscilaram. O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril, o mais negociado, fechou com taxa de 17,78% ao ano, estável no dia.