O Banco Central apresentará nesta quinta-feira, 26, ao Conselho Monetário Nacional (CMN) seu pior resultado com operações de swap cambial desde 2002, quando começou a fazer esse tipo de intervenção no mercado de câmbio para evitar variações bruscas da cotação do dólar.

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As perdas com swaps foram de R$ 10,6 bilhões em 2014, como antecipou o Broadcast, serviço de tempo real da Agência Estado. A maior até então havia sido de R$ 15,3 bilhões, justamente no primeiro ano de sua aplicação.

Na prática, o swap equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. Para dar tranquilidade aos investidores, empresas e bancos, de que não sofrerão fortes oscilações da moeda, o Banco Central oferece uma troca de taxas. É um tipo de aposta: se o dólar variar mais que o CDI (a taxa de juros interbancária), o BC perde. Se for menor, ganha.

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Há um mês, o BC informou que o prejuízo com os leilões diários de swap cambial havia somado R$ 17,3 bilhões em 2014. O diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, explicou que a perda no balanço do banco será menor.

Os dois números estão corretos. A diferença é que, no balanço, a metodologia é de competência – que tem a variação cambial reconhecida a cada período, independentemente da liquidação da operação. Na divulgação feita há um mês, usou-se o conceito de caixa – o que efetivamente foi desembolsado pela autarquia nas operações.

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Descasamento

A diferença em volume de recursos apurados entre os dois critérios no ano passado também foi a maior desde 2002.

Esses quase R$ 7 bilhões de descasamento das informações com as operações de swap, segundo Lopes, são referentes a perdas de R$ 1 bilhão do dia 31 de dezembro de 2013, que entram apenas no primeiro dia útil do ano seguinte, e o ganho de R$ 5,6 bilhões, que constava no dia 31 de dezembro de 2014 e deixou de ser contabilizado por também só entrar no cálculo do primeiro dia útil deste ano.

Reservas internacionais

O diretor disse que o BC teve ganho de R$ 14 bilhões com a administração das reservas internacionais no ano passado. Em grande parte, o resultado positivo pode ser atribuído à elevação de 13,4% do dólar ao longo de 2014, já que a correção cambial promoveu, sozinha, um “lucro” de R$ 98,6 bilhões para o Banco Central.

Para chegar aos R$ 14 bilhões, foram descontados, entre outros itens, os R$ 10,6 bilhões de perdas com os swaps – que, por sua vez, foram influenciados negativamente em termos de resultado pela valorização da moeda americana.

“A perda com o swap é mais do que compensada pelo ganho com as reservas internacionais”, defendeu Lopes. “Os números são eloquentes.” Os dados são todos em reais porque a liquidação das operações é feita em moeda nacional, ainda que a referência para as negociações seja o dólar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.