Desde o início da fase aguda da crise internacional, em setembro de 2008, o Banco do Brasil experimentou um crescimento significativo no volume de depósitos de pessoas jurídicas nos Estados Unidos. De cerca de US$ 400 milhões registrados em setembro do ano passado, o BB passou a contabilizar depósitos de US$ 4 bilhões, segundo informou o vice-presidente da área internacional e atacado do banco, Allan Toledo, em entrevista à Agência Estado.
Segundo ele, esse movimento refletiu o “flight to quality” (voo para a qualidade) das empresas, que tinham recursos depositados em instituições norte-americanas, mas que ficaram temerosas de mantê-los nesses bancos depois da quebra do Lehman Brothers. “Havia uma desconfiança muito grande”, disse Toledo, explicando que, como o BB estava preparado em termos de tecnologia e serviços disponíveis, os novos clientes preferiram continuar no BB, mesmo depois de a crise ficar mais branda.
Toledo disse que o BB está buscando ampliar sua atuação no exterior, marcadamente nos Estados Unidos. Por isso, informou, está preparando a abertura de um banco de varejo para atender a comunidade de mais de 1 milhão de brasileiros que vive em Nova York, Nova Jersey, Massachusetts e Boston. Para tanto, o BB aguarda a autorização das autoridades norte-americanas, o que é esperado para ocorrer ainda nesse semestre.
Apesar de o foco do banco de varejo nos EUA ser em pessoas físicas (brasileiras), Toledo disse que o BB poderá atuar para atender outras comunidades de países latinos e também portugueses, por conta do idioma.
Além do mercado norte-americano, o executivo do banco brasileiro afirmou que a intenção é ampliar a atuação no mercado sul-americano. Segundo ele, com o processo de internacionalização das empresas brasileiras, aumenta a necessidade de o banco estar presente em outros países. Diante da proximidade geográfica e econômica, é natural que os vizinhos da América do Sul contem com uma maior presença do BB, por meio da abertura de mais agências. Toledo destaca ainda que o banco pretende ter maior presença também na África e Europa.