O Banco do Brasil elevou em R$ 15 bilhões o limite para o financiamento de fornecedores de 354 grupos líderes empresariais, informou nesta quarta-feira, 19, o vice-presidente de controles internos e gestão de riscos da instituição, Walter Malieni Júnior. Vários setores relevantes para a economia brasileira, segundo ele, estão contemplados tanto para ‘produtos performados como a performar’.
Desses R$ 15 bilhões em limite, o BB espera desembolsar R$ 9 bilhões a 500 grupos em diversas cadeias produtivas como cooperativas, incorporadoras e de grandes empresas exportadoras. Somente R$ 3,1 bilhões estão previstos para o setor automotivo. Um acordo que envolve o total de R$ 100 milhões em limite já foi fechado com três empresas, Aethra, Ioche Maxion Mitsubishi, de acordo com Malieni.
“É no momento de queda de demanda que temos de melhorar a eficiência financeira das empresas que têm custos fixos a cumprir”, explicou, em conversa com jornalistas, nesta manhã. Segundo ele, o impacto do programa ao setor automotivo na inadimplência é neutro.
Incentivo à compra
O presidente do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, afirmou que a instituição estuda uma iniciativa comercial para impulsionar a aquisição de veículos com melhores condições de financiamento. Ele não deu, porém, mais detalhes nem um prazo para o anúncio do estímulo.
Ao final de junho, o BB somava R$ 31,9 bilhões em sua carteira de crédito a veículos, cifra 1,3% menor ante março e 3,9% inferior na comparação anual. Se considerado todo o setor automotivo, a cifra sobe para R$ 100 bilhões.
“A recuperação do setor vai passar melhora da demanda e compra de automóveis. Temos interesse e nossas linhas de financiamento estão abertas. Estamos conversando para ver se adotamos alguma iniciativa comercial que ainda não está fechada, mas teria melhores condições, com taxas de mercado”, explicou Abreu.
O executivo disse ainda que o programa anunciado hoje ao setor automotivo, que prevê a antecipação de recursos de R$ 3,1 bilhões a fornecedores do segmento, não prejudica o ajuste fiscal do governo. O objetivo é que essas empresas antecipem seu faturamento junto às empresas líderes e mantenham empregos. Não há, conforme Abreu, uma amarra, condicionando a participação no programa à manutenção de empregos, mas o protocolo sugere melhor esforço dos grupos participantes.
Segundo ele, o acordo semelhante ao anunciado ontem entre o setor automotivo e a Caixa Econômica Federal também deve ser selado com os bancos privados.