Os aumentos de 36% na batata, 20,82% no tomate e 15,38% na banana alavancaram a alta de 5,39% na cesta básica do trabalhador curitibano em janeiro. “Se esses três itens tivessem ficado estáveis, a cesta básica teria variação de 0,59%”, calcula o economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O índice do primeiro mês do ano é o maior desde outubro de 2010 (5,78%). No comparativo com os meses de janeiro, é o recorde desde 2008 (5,63%).
Dos 13 itens pesquisados na capital paranaense, dez subiram de preço, o açúcar ficou estável e apenas dois tiveram queda no último mês: óleo de soja (-0,93%) e manteiga (-1,41%). Para fevereiro, a tendência é de alta, mas há expectativa de barateamento do tomate. “Muitos produtos estão em entressafra. O impacto da safra deve ser sentido só em abril ou maio, com a entrada da colheita”, assinala o economista.
Com a variação registrada no mês passado, a alimentação essencial em Curitiba registra incremento de 11,47% nos últimos doze meses. No acumulado, a batata segue com a maior oneração (81,68%), seguida por arroz (41,07%), tomate (40,81%) e feijão (29,37%). Somente açúcar (-3,64%) e carne (-2,72%) contabilizam quedas de preço.
Ranking
Entre as 18 capitais monitoradas pelo Dieese, a do Paraná registrou o décimo maior valor da cesta (R$ 285,94 por trabalhador). São Paulo lidera o ranking, com custo de R$ 318,40, e Aracaju ocupa a lanterna, com R$ 231,80. Em termos percentuais, Curitiba ostentou o 11.º lugar. Houve altas em todas as cidades, chegando a 17,85% em Salvador. Fortaleza teve a menor elevação: 2,19%.
Para alimentar uma família curitibana composta por casal e duas crianças, o gasto foi de R$ 857,82, o que equivale 1,26 salário mínimo. Pelos cálculos do Dieese, o salário mínimo necessário para suprir as necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família seria de R$ 2.674,88.